Aprendi Sobre Gratidão na Mongólia

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Texto: MONICA MORAS    Fotos: EDUARDO VIERO

Há muito tempo atrás eu aprendi uma palavra nova com um significado interessante: alumbramento. Alumbramento significa um momento singular que te toca inesperadamente a ponto de te modificar para o bem. O dicionário ainda define como sopro criador, revelação, inspiração. Profundo, né?! Mas até então o único alumbramento que eu lembrava de ter tido foi no dia que decidimos fazer a viagem.

Tive muitos momentos transformadores, com certeza, mas todos eram consequências de vários fatores e não algo isolado. Até que um dia eu fui para a Mongólia passar uns dias com uma família nômade. E foi ali que eu aprendi sobre gratidão.

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Nossa van russa na Mongólia

Nossa van russa na Mongólia

Na Mongólia, dentro daquela ger (tenda nômade) eu vi que tudo que eu achava que sabia estava errado. Eu não dava valor para o que eu tinha, não sabia o que era gratidão de verdade. Eu tive meu alumbramento! No meio daquela família foi o momento em que senti como se alguém me pegasse pelo ombros, olhasse no fundos dos meus olhos e falasse com firmeza: “acorda pra vida!”. Foi um choque, um baque, uma ficha caindo. Por segundos o tempo parou, olhei para o meu passado e para tudo que eu tinha (e não era pouca coisa!), todas as oportunidades, as conquistas, os amigos, a família, meu caminho até ali enquanto realizava meu maior sonho da vida de fazer a volta ao mundo, os sentimentos de ingratidão e as reclamações por tudo que a vida não tinha me dado. 

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Pisquei incrédula comigo mesma, com aquela situação toda, com vergonha. Olhei para minha volta e vi pessoas que tinham muito menos do que eu e eram infinitamente mais felizes, tranquilas e gratas pela vida. É claro que eles almejavam mais, mas eles eram sinceramente felizes com o pouco que tinham e aquilo transbordava pelos olhos de uma maneira que eu jamais vou conseguir explicar. E então respirei fundo aliviada, esbocei um sorriso bobo e meus olhos se encheram de lágrimas como se houvesse ganho algo que eu sempre quis ter. 

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As crianças na nossa família nômade mongol

As crianças na nossa família nômade mongol

Daquele momento em diante eu nunca mais fui a mesma. Fui tomada por uma gratidão por tudo que tinha e comecei a me policiar para não reclamar do que não dava certo. Mudei minhas atitudes e me livrei de tudo que eu tinha em excesso, começando pelo peso extra na mochila, os sentimentos negativos e até me afastei das pessoas que sugavam minhas energias. Foi ali, com aquela família, no meio do nada na Mongólia, que eu aprendi a desapegar e agradecer sinceramente.

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Pessoas tem alumbramentos quando vivem situações extremas, seja numa conversa, numa descoberta, numa decisão, numa conquista e até mesmo numa derrota. Ele apenas acontece e não tem como prever. E quando ele acontece, muda tudo para sempre! 

 

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Eduardo e Mônica

Somos Eduardo e Monica e estamos viajando o mundo desde 2014 e trabalhando com fotografia. O blog fala de viagem e fotografia e moramos no Sudeste Asiático, na Tailândia.

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