Bajau Laut, Os Ciganos do Mar em Sabah
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Texto: Mônica Morás Fotos: Eduardo Viero e Mônica Morás
Quando decidimos visitar Semporna na Malásia (leia aqui), não sabíamos muito sobre lugar ou dos problemas de segurança, mas estávamos dispostos a correr o risco para conhecer os Bajau Laut, os ciganos do mar.
Eles vivem em casas de palafita construídas em cima dos recifes de corais num dos cenários mais bonitos da Malásia, com vista para ilha Bodgaya (leia aqui). Alguns vivem em barcos e os poucos que se aventuram a passar uma noite em terra firme dizem sofrer “landsick”.
Os Bajau Laut, ou ciganos do mar, originalmente são das Filipinas, mas para fugir dos conflitos muçulmanos, escolheram as águas vizinhas de Sabah, na ilha Bornéu para morar. Eles não tem nacionalidade nenhuma, já que não são reconhecidos como malaios e portanto não têm direito a muitas coisas, entre elas estudar em escolas públicas. Fomos autorizados a visitar uma casa e é desoladora a pobreza. Eles não tem nada, senão uma casa vazia.
Devido as precárias condições de vida, cada vez mais essa tribo tem se movimentado para perto do continente em busca de trabalho, porque apenas a pesca que algumas vezes é proibida pelo governo e as doações de alimentos que os turistas fazem diariamente não são suficientes para alimentar todos. Falta até mesmo água potável! Mas isso não os torna menos sorridentes, uma característica bem marcante dos Filipinos e dos Malaios.
Ainda falando de pesca, os homens tem uma habilidade única de fazer free diving sem respirar a vários metros de profundidade (até 20m!) para buscar um peixe.
Encontrar os Bajau Laut é uma mistura de sentimentos, da alegria que transborda nos olhos das criança, de nó na garganta ao ver a ansiedade beirando o desespero das mulheres disputando uma única fruta para ter com o que alimentar a família e a gratidão estampada no sorriso dos mais velhos quando recebem qualquer coisa.
Fomos avisados antes que seria uma experiência intensa, mas não existe algumas coisas que é impossível se preparar emocionalmente. Minha mãe não suportaria, por exemplo.
Essa foi uma daquelas experiências transformadoras que fazem pensar de como nos reclamamos da vida de barriga cheia, enquanto existem pessoas que não tem nada e vivem felizes.
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