Visitando Punta Tombo na Patagônia Argentina
Texto: Mônica Morás | @monicamoras Fotos: Eduardo Viero | @eduviero
Já imaginou ficar rodeado por 1 milhão de pinguins? Em Punta Tombo, na Patagônia Argentina, isso é muito fácil de acontecer! Punta Tombo é a maior e mais importante colônia continental de pingüins do mundo. Maior porque a população de pingüins varia de 500 mil na baixa temporada e chega a 1 milhão na alta temporada. Foi declarada em 1979 Área Natural Protegida e é um lugar enorme: são 210 hectares, sendo 3,5 km mar a dentro.
A melhor época para visitar Punta Tombo é de setembro até fevereiro, entre o acasalamento e postura dos ovos e o nascimento dos filhotes. Inclusive fora desse período é melhor até conferir se é possível fazer a visita, porque eles estão em rota migratória para águas mais quentes. Os tours, por exemplo, só acontecem entre setembro e abril.
Na reserva de Punta Tombo (aqui) estão os pinguins de Magalhães, aquele que na altura do peito até pescoço se vê duas faixas pretas. Eles chegam até a 70 cm de altura (sim, grandinhos!) e 5kg. É quase impossível identificar qual é o macho e qual é a fêmea. Mas se eles estão juntos é mais fácil para saber, pois ela é ligeiramente menor. Uma curiosidade interessante é que eles são monogâmicos. Enquanto a fêmea vai caçar, o macho se encarrega de construir o ninho. Os ninhos “de luxo” são os mais próximos da praia.
Para explorar o lugar existe um caminho que os turistas devem seguir, mas não existem cercas. Você anda no meio deles por um caminho delimitado por pedrinhas. Mas é claro que eles têm a prioridade de passagem, caso resolvam cruzar esse caminho. E eles cruzam ou até deitam no caminho. E por isso já na chegada recebemos recomendações importantes:
Não toque no pinguim
Não empurre o pinguim
Não chute o pinguim
Muito cuidado se o pinguim fizer um movimento típico de aves para fazer suas necessidades fisiológicas na sua direção, porque mancha a roupa.
Não leve nenhuma pedra para casa, pois se todo mundo que passasse pela reserva levasse uma pedra, logo, logo não existiria mais pedras para serem levadas.
Fomos em em Punta Tombo em outubro, na época que eles estão acasalando e botando ovos, então o lugar estava lotado de pinguins adultos. Mas não pense que estão todos juntinhos e dispostos a fazer fotos. Cada casal está cuidando do seu ninho caprichosamente construído e muitos pinguins estão deitados embaixo dos arbustos para se aquecer fugindo do vento.
Para percorrer o caminho dentro da reserva são necessárias aproximadamente 2h, incluindo o tempo para as fotos, admirar a paisagem e até ficar olhando eles andarem desengonçadamente ou mexendo a cabeça conforme o movimento da câmera.
QUANTO CUSTA E COMO CHEGAR
O valor do ingresso na reserva dá direito a estacionamento (quando não estiver com excursão), visita ao museu que explica melhor como funciona Punta Tombo e um mirante com vista panorâmica de toda a reserva com a típica paisagem Arida dessa região da Patagônia (acesso ao lado, pelo corredor longo).
Nós fomos de tour a partir de Puerto Madryn, porque o hostel que ficamos também organizava tours, o El Gualicho Hostel. De Puerto Madryn são 170km e o tour de van custa 1800 pesos argentinos (ago/18, pagos no hostel) mais uma taxa paga na entrada da reserva.
Se você quiser ir de carro por conta própria, tome cuidado nos 38km antes do acesso a reserva, pois vegetação rasteira é seca e pontiaguda e tem pedras que insistem em voar na lataria. Com qualquer uma das opções, vale a pena prestar atenção nas fazendas áridas que estão ao longo do caminho. Com certeza bem diferentes, parecem até abandonadas.
DICA EXTRA: AS TONINAS
O tour que pagamos para visitar Punta Tombo incluía uma passagem por Ranson para fazer uma passeio de barco e avistar as Toninas (uma espécie de golfinho menorzinho que salta bastante). Esse passeio tem um custo extra de 1250 pesos argentinos, mas como nós não estávamos dispostos a pagar por isso, porque já tínhamos visto as baleias, resolvemos usar esse tempo na praia de Playa Unión, vendo o encontro do rio Chubut com o mar. Nossos amigos fizeram o passeio e ficaram um pouco frustrados por não poder registrar as Toninas pulando propriamente, porque elas são rápidas e porque muitas vezes pulam longe do barco.
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