Eduardo & Mônica

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Roteiro pela Mongólia Central

Texto: MONICA MORAS     Fotos: EDUARDO VIERO e MONICA MORAS

Há muito tempo queríamos ir para a Mongólia. Os cavalos selvagens e as famílias nômades sempre nos despertaram uma curiosidade imensa. E cada nova foto da paisagem e dos rituais, sentíamos que deveríamos aproveitar a oportunidade.

Chegamos na Mongólia pela Transiberiana vindos da Rússia onde fizemos o visto em julho e saímos de avião para a China no visto de 72 horas em Pequim.

A ESCOLHA DO PASSEIO PRIVADO PELA MONGÓLIA

Depois de pesquisar e ficarmos insatisfeitos com os valores exorbitantes que o hostel cobrava, conhecemos o Theo, um brasileiro que se tornou um grande amigo e chamou um casal de italianos para nos unirmos e fazer um tour. Ele conhecia uma agência de um holandês que havia feito a volta ao mundo de bicicleta e agora agenciava tours na Tseren Tours que fica nos fundos  do Café Amsterdam em Ulaanbaatar. Escolhemos essa agência, porque oferece tours prontos e tours personalizados, o que procurávamos.

Acordamos o que cada um queria fazer, conversamos na agência, customizamos tudo, incluindo o fato que de todos terem interesse em ir parando na estrada para fotografar, viver com família nômade, ver os cavalos selvagens e visitar a antiga capital do país. Fechamos um tour perfeito para a Mongólia Central por US$ 150 por pessoa (éramos 5) com tudo incluído, com guia em inglês, acomodação com família nômade, motorista local e alimentação completa. O mesmo tour custava 400 dólares no hostel, com uma van cheia e sem poder parar na estrada. Veja mais no post 10 Coisas que Você Precisa Saber sobre Tours na Mongólia.

ROTEIRO na Mongólia

  • Dia 1: Ulaanbaatar, Khogno Khan Mountains, Uvgun Kiid Monastery (or Erdenekhamba Monastery)

  • Dia 2: Kharkhorin, Erdene Zuu Monastery, Khar Balgas Citadel, Ogiin Lake

  • Dia 3: Ogiin Lake, Ulaanbaatar

  • DIA 1: ULAANBAATAR, KHOGNO KHAN MOUNTAINS, UVGUN KIID MONASTERY

Saímos às 7:30am de Ulannbaatar, fomos parando em vilarejos, almoçamos na beira da estrada e por volta das 17h chegamos nas Montanhas Khogno Khan, onde estava a nossa família nômade. Essa região é incrível, com montanhas, estepe, floresta, animais selvagens, uma parte do deserto de Gobi e fontes de água mineral.

Na parte alta das montanhas está o mosteiro Uvgun Kiid construído no século 17 por Erdenetsorj que era um grande escultor e o maior representante do budismo na Mongólia. Durante o período feudal, a disputa entre mongóis orientais e ocidentais, após o colapso do Império Mongol, o exército viu os telhados de ouro dos templos na Khogno Khan Mountain e matou todos os discípulos do monge Erdenetsorj em 1640 da mesma forma que se matam ovelhas, amarrando cordas nos seus pescoços. Essa forma de abater animais em mongol tem o nome de khognokh, por isso o nome da montanha é Khogno Khan. Depois da revolução democrática em 1990, o mosteiro foi restaurado por familiares dos monges que viviam no templo.

  • DIA 2: KHARKHORIN, ERDENE ZUU MONASTERY, OGIIN LAKE 

Kharkhorion é a lendária cidade de Genghis Khan, fundada em 1220 na Rota da Seda. Em 1235, seu filho Ogoodei construiu a cidade e cresceu em torno dele uma parede envolvente, com quatro portas, de onde o Império Mongol foi governado.

Kharkhorin foi ao mesmo tempo um centro político, econômico, administrativo e religioso. A parede em torno da cidade, rodeado de uma área de 400 metros quadrados. A cidade tinha quatro tartarugas de pedra, e hoje apenas uma é visível. Ela simboliza a longevidade, a solidariedade e independência, e é o animal do espírito da água. É por isso que quatro tartarugas foram fixados em Kharkhorin, com o objetivo de manter fora inundações e de assegurando uma vida eterna.

A cidade foi completamente destruída por tropas Ming em 1380. Algumas relíquias ainda permanecem, nomeadamente duas tartarugas granito, a base de um palácio, alguns leões de pedra, duas colunas e alguns vestígios de canal de irrigação.

O Monastério Erdene Zuu, ou Templo Preciso, foi construído entre 1585 e 1586. É o mais antigo mosteiro budista da Mongólia. É necessário pagar para entrar e uma taxa extra para fotografar. Localizado a cerca de 2 km a nordeste Kharkhorin, ele faz parte do Patrimônio da UNESCO. O príncipe Abtai Han, mandou construir o templo fora das ruínas de Kkarkhorin, depois de ter encontrado o terceiro Dalai Lama e o budismo tibetano foi declarado religião do estado na Mongólia. O local foi restaurado no final do século e quase encontrada de volta a sua atividade religiosa. Hoje, Erdene Zuu continua a ser um monastério budista ativo, e, ao mesmo tempo, um museu aberto para os viajantes.

Depois de almoçar, chegamos no Lago Ogii já no final de tarde, onde supostamente estaria a nossa família nômade. Mas eles não estavam lá, porque afinal são nômades. Nossa guia então encontrou outra família disposta a nos receber naquela noite.

O Lago Ogii está localizado 1337 metros acima do nível do mar numa área de 25 quilômetros quadrados. Ele é rico em peixes e um lugar importante onde as aves migratórias costumam parar. Os habitantes locais consideram o lago como um local de culto.

  • DIA 3: OGIIN LAKE, ULAANBAATAR

Depois de explorar o lago de dia, paramos para almoçar na beira de outro lago com uma outra família nômade que estava carregando uma cabra. Ainda bem que nós dois crescemos indo para fazenda e não ficamos tão chocados quanto os italianos. Foi nesse dia, o último que finalmente soube que havia um traje, tipo um roupão, especial para mulheres irem ao banheiro (lê-se matinho, só que sem matinho, veja aqui). Voltamos para Ulaanbaatar por volta das 17:30pm e foi a agência que nos ajudou a encontrar um novo lugar para ficar naquela noite. 

A EXPERIÊNCIA: PASSEIO PELA MONGÓLIA

Foi incrível o tour. Com certeza faríamos de novo e com mais tempo. O que fizemos foi suficiente para mudar muitas perspectivas de vida e ver o quanto os mongóis são um povo batalhador e feliz, mesmo com tanta pobreza.

E mesmo apesar das dificuldades que tivemos na estrada, com desafio de estar no meio do nada sem nenhuma estrutura, confiando apenas na guia que falava inglês e no motorista que era daquela região, eu indico essa viagem sem nem pensar duas vezes. 

Antes de escolher o tour, fique ciente de como tudo funciona, e por isso leia o post 10 COISAS QUE VOCE PRECISA SABER SOBRE TOURS NA MONGÓLIA.

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