Eduardo & Mônica

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O Dia Que a Viagem Quase Acabou

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Texto: EDUARDO VIERO

Quando saímos para viajar o plano era ir até onde o dinheiro dava e isso poderia ser em 6 meses ou até 1 ano, e depois disso voltaríamos para nossa vida no Brasil. Eu havia deixado para trás o começo da minha vida como fotógrafo, eu estava começando a fazer meu nome no Brasil, mas decidi deixar isso para trás. A Mônica também teve sua decisão como ela conta aqui.

Depois de 3 meses viajando e ter passado por quatro países, estávamos em Gili Trawangan, uma ilha minúscula da Indonésia, com passagens compradas para a Tailândia. Nesse momento estava eu super estressado com o fato de estarmos viajando e não produzindo nada. Naquele tempo o blog não existia da forma que ele é hoje. Era mais um blog, com poucos posts e sem nenhum direcionamento.

Já tínhamos passado 10 dias em Ubud na ilha de Bali, resolvemos ir para Gili T e foi lá que comecei a surtar, pois não estava fazendo nada por nada e para ninguém. Sem trabalhar, apenas curtindo, e esse não é o meu estilo. Eu estava cansado de tudo aquilo! Enquanto eu curtia, meus amigos e família davam duro. É claro que o dinheiro era meu e eu não devia nada para ninguém, mas eu me sentia mal por ter tanta condição de fazer mais e não estava fazendo!

Com isso o estresse foi tomando conta e isso atinge seus relacionamentos e a pessoa mais próxima era a Mônica. As coisas estavam indo por água a baixo, o dinheiro acabando, e nosso plano ainda era ficar na Indonésia mais 20 dias, um país que já não tinha agradado. Foi nesse momento que decidi abandonar a viagem, voltar para o Brasil e seguir minha vida de onde havia parado. Mas eu não podia fazer isso naquele momento, porque nossa passagem para Bangkok já estava comprada e aí resolvi pelo menos ir até Bangkok.

Mas aí é que vem o interessante: nesses dias que sucederam até ir para a Tailândia, eu deveria fazer algo. Bom, já havia tirado o estresse da cabeça, mas ainda não estava bem com a Mônica e ficamos distantes durante os dias. O que eu fiz nesse tempo? Ficava sentado num bangalô durante o dia inteiro, ia para o mar, voltava, comia e bebia, ficava sentado, lendo e era isso. Passei uma semana fazendo isso. Eu havia me desligado de tudo que me cercava.

Depois de uma semana, comecei a escrever sobre fotografia, sobre meu processo criativo, uma espécie de ressonância criativa (vai ter post!) e foi aí que comecei meu livro Profissão: Fotógrafo Viajante (baixe grátis).

Essa mudança não ocorreu apenas comigo, mas sei que com a Mônica também. Foi bom esse tempo sem fazer nada, vivendo do ócio. Precisamos disso às vezes! Nesse momento estou no Uruguai, no meio do nada, tentando me encontrar novamente. Os meus pensamentos vão tão longe quanto posso enxergar o final dos campos Uruguaios!

O que quero deixar aqui sobre esse relato é sobre minha experiência em uma situação que não estava dando certo. Seja no relacionamento seja ele qual for ou com quem, devemos ter calma e ao invés de agir por impulso. A convivência na estrada pode ser bem estressante.

Quando chegamos em Bangkok, estávamos em outra sintonia e isso nos ajudou muito, pois não tínhamos mais aquela pressão posta por nós mesmos e as coisas fluíram. Começamos a fazer trabalhos e ganhar dinheiro, o que nos manteve muito bem por 1 ano. A Mônica conta melhor no post Como a Tailândia Mudou a Minha Volta ao Mundo.

Depois voltamos para o Brasil para apenas visitar nossos amigos e familiares, e depois voltamos para estrada novamente por mais 1 ano e meio. Nesse tempo moramos na China e na Tailândia novamente. Viajamos muito e trabalhamos muito também! E os planos continuam sendo na estrada. Um viagem sem fim até onde der, sem muita pressão de nós mesmos sobre a gente. 

 

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