Eduardo & Mônica

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Um Mês em Yantai

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Texto: Mônica Morás   Fotos: Eduardo Viero e Mônica Morás

A vontade de voltar para China era grande, mas não queríamos conhecer apenas as cidades internacionais, queríamos mesmo era mergulhar naquele mundo novo de cabeça. E o fator decisivo para escolher nosso destino foi ter o Alan, nosso amigo chinês, morando no nordeste do país numa cidade portuária e pequena (pros padrões chineses!) chamada Yantai, na província da Shandong.

Quando chegamos já tivemos nossas primeiras surpresas: frio de -9ºC, uma cidade grande, organizada, limpa, com pessoas prestativas e sorridentes, o maior estaleiro da Ásia, cidade onde fica a maior e mais antiga vinícola do país, a Changyu, um nascer e por do sol divino no mar e quase nenhum estrangeiro. Não bastasse isso, ainda passaríamos o Ano Novo Chinês com uma autêntica família chinesa que não falava uma palavra em inglês!

No verão a cidade é destino popular devido sua costa extensa e estrutura para receber os turistas que buscam na praia um refresco para o calor. No inverno a saída é aproveitar a hospitalidade das pessoas, cantar muito nos karaokês da cidade, aproveitar os pubs e restaurantes pequenos que servem a verdadeira culinária chinesa e comer muita comida de rua para suportar o frio e o vento forte.

Existe uma falsa ideia sobre a China de que tudo é bagunçado, as pessoas são mal educadas e a comida é de "outro mundo". Mentira! A China está crescendo, as cidades são mais organizadas do que muitas do Brasil, as pessoas são acolhedoras e amigáveis mesmo sem falar ou entender uma palavra sequer em inglês e a comida é fantástica. Eu experimentei quase de tudo, posso dizer que a aparência realmente não é muito atrativa a maioria das vezes, mas o sabor é o melhor da Ásia na minha opinião.

Tenho uma técnica de primeiro comer, decidir se gostei ou não e então perguntar o que era. Isso ajuda a quebrar a barreira do “nojinho” inicial quando escuta: churrasquinho de tendão, dumpling de pepino do mar, gelatina quente feita de alguma coisa do mar com molho de alho, wrap da barraquinha esquisita do beco escuro que mais parece um X-salada com curry. Sim, eu engordei uns 2kg de tanta coisa boa que comi. A China vem de uma longa história de escassez, então eles aprenderam a transformar quase tudo em comida e desenvolveram o tempero que naquela região é fantástico.  

Fora a comida, frequentamos feiras, centros comerciais, alguns cafés e até as atrações da cidade, como os Cliffs de Penglai. Fizemos muitas coisas sozinhos e mesmo sem conseguir falar uma palavra em comum, os chineses de lá tiveram muita boa vontade em nos ajudar: no ônibus, no hospital (leia sobre meu tombo), no café, no boteco na esquina comprando água, no shopping, no parque e até dando informações na rua. 

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