O Desafio da Convivência na Estrada
Texto: Mônica Morás
Já pensou conviver 24 horas por dia, 7 dias por semana durante meses com a mesma pessoa, fazendo praticamente tudo juntos do outro lado do mundo? Essa tem sido a nossa realidade desde que começamos a viagem, há exatos 10 meses.
Desde o início, há 4 anos, sempre tivemos objetivos e a forma de pensar muito parecida, e caminhar juntos em busca de nossa realização pessoal era a coisa certa a fazer. Nós sempre fomos muito parceiros e amigos, tipo "partners in crime", e acho que é isso que faz um relacionamento entre um casal dar certo, essa cumplicidade de sempre apoiar em bons e maus momentos.
É difícil passar 24 horas por dia com a mesma pessoa por tanto tempo. Às vezes nós temos ideias diferentes, queremos fazer coisas diferentes um do outro, discutimos, fazemos cara feia, nos ignoramos, mas em poucos minutos estamos de bem novamente, como se nada tivesse acontecido, porque nós só temos um ao outro nesta viagem. Estar juntos tanto tempo nos fez aprender a ser mais paciente, tolerante, menos impulsivo e pensar antes de agir. Viajar juntos, e eu não falo sobre férias, é mais do que nunca compreender e respeitar os gostos do outro, e na maioria das vezes ceder é essencial.
Sobre o mau humor, tudo o que é dito durante a fome ou sono é perdoado sem questionamentos, no máximo uma cara feia e um revirar de olhos pra registrar o desacordo. Mas sofremos com a falta de memória masculina e o excesso de memória feminina, esse mal quase inevitável causador de muitos desentendimentos.
Às vezes da vontade de ficar sozinho, de conversar apenas com os amigos, de ter um pouco de privacidade, ou de só ficar longe, porque não temos mais espaço de tempo pra sentir saudade um do outro. Por isso é muito bom quando encontramos outras pessoas na estrada e podemos mudar um pouco os assuntos e os ambientes. Às vezes fazemos algumas coisas separados, geralmente trabalhamos em coisas diferentes (no mesmo lugar) e tentamos ao máximo manter a nossa individualidade.
Nós ainda assistimos filmes, rimos muito juntos, comemoramos a cada nova vitória e temos assunto para dias inteiros sem parar. Aprendemos também o que é intimidade de verdade (!!!) e como manter o nosso equilíbrio, porque o que falta em um, sobra no outro. Estamos longe de ser um casal perfeito, mas essa viagem nos aproximou bastante. Literalmente!
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