Eduardo & Mônica

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Bergen-Belsen - Alemanha

Não gosto de falar daqui, mas acho que devo. Sabe quando o clima pesa, mas mesmo assim tu sente paz? Pois é. Mas fotos mesmo, eu não me senti confortável para fazer, mesmo sendo um lugar bem cuidado e organizado hoje. Bergen-Belsen ficou conhecido, pois foi lá que Anne Franck passou seus últimos anos e foi enterrada. Lá era um dos campos de concentração que não tinha câmara de gás, pois no começo era exclusivo para prisioneiros de guerra, mas que depois de 1943 recebeu judeus, prisioneiros políticos, ciganos, criminosos, testemunhas de Jeová e homossexuais. Tanto que pela grande quantidade de mulheres, havia um acampamento separado para elas.

As cerca de cinqüenta mil pessoas que morreram lá foram em conseqüência de tortura, superlotação que causou desnutrição e doenças como tifo, tuberculose e disenteria. Elas foram enterradas em valas comuns que trazem as inscrições em pedra da quantidade de mortos ali. A maior vala tem 5000 cadáveres e esse número está repleto de pequenas pedras, a homenagem dos judeus. Mesmo depois de ocupado, cerca de treze mil ex-prisioneiros morreram em conseqüência de suas doenças.

O campo tem um centro de visitantes com a ficha dos presos, roupas dos soldados e prisioneiros e história do campo escrita nas paredes e murais com fotos. O mais chocante são as fotos, sem dúvida! Os prisioneiros eram obrigados a carregar e enterrar seus companheiros, pois os soldados não podiam tocar na “raça impura”. E isso foi registrado em fotografias. Alguns vídeos também ficam passando no mais absoluto silêncio em salas escuras. São imagens de corpos empilhados, de tortura, de enterros...

Saindo dali e andando pelo lugar, existe a Casa do Silêncio, um lugar perto das lápides especiais, como a da Anne Franck, que inclusive é cheia de pedrinhas coloridas. No campo também foi construído um obelisco, onde as pessoas usam para prestar suas homenagens, seja com pedras, velas ou flores. Confesso que não tive coragem de ir até os galpões onde viviam e eram torturados os prisioneiros.

Quem quiser visitar, fica na cidade de Celle a 120km de Hamburgo, e precisa estar de carro ou excursão específica, pois não existem trens ou ônibus até lá.