Ata de 6 Meses de Viagem
Texto: Mônica Morás
Chiang Mai, Tailândia - 25 de dezembro de 2014.
Eduardo e Mônica completaram 6 meses de viagem no dia do Natal e já somam 8 países, 32 cidades e muitas histórias para contar nesses meses na Ásia. Eles só colecionaram memórias boas, as ruins eles deixaram pelo caminho, porque eram pesadas demais para carregar.
Eles perceberam como é incrível a relação entre o tempo e a percepção dele. A vida é muito dinâmica, tudo muda muito rápido, coisas acontecem sem que se perceba e quando se dá conta, nada mais é como era antes. A mudança é inevitável.
Eles também entenderam que não precisam estar pronto para começar algo novo. Às vezes o primeiro passo é que faz ficar pronto e começar um novo caminho. O medo é uma coisinha chata que precisa existir para instigar a coragem que existe dentro de cada um.
Eduardo e Mônica aprenderam a ser minimalistas. Eles carregam poucas coisas, eles não se estressam por besteiras e se afastaram de tudo que não agregava valor na vida (coisas, sentimentos, pessoas). Quantidade não é sinônimo de qualidade e quem você é não tem relação com o que você tem.
Descobriram que tempo vale muito mais do que dinheiro. Eduardo e Mônica viveram esse tempo todo no limite do orçamento, mas sempre tiveram tempo disponível para uma caminhada mais longa, para uma conversa com novos amigos, para um dia de voluntariado, para um sorriso e pequenas gentilezas. Suas “perdas” de tempo até hoje só renderam histórias e experiências incríveis.
Eduardo e Mônica acompanharam tudo que estava acontecendo no Brasil e ainda não entendem o inexplicável. Eles sofrem as consequências da política econômica do país diariamente, mesmo do outro lado do mundo. E mesmo assim defendem o seu país.
Eles criaram rotina, porque não sabiam o quanto viajar por tanto tempo era cansativo. Eles perceberam que a culpa era sua por incluir coisas exaustivas física e mentalmente com uma frequência muito grande. Então mudaram e hoje incluem apenas o que lhes agrada e não os esgota. Acordar cedo só se necessário, tardes na frente do computador não são desperdício, nem filmes na segunda depois almoço. Sábado tem que ter aventura e domingo é domingo, mesmo sem Faustão. O ócio criativo precisa ser exercitado.
Eles entenderam que nem tudo precisa ser feito, nem tudo precisa de experimentado. As pessoas são diferentes e essa é a beleza da coisa toda. Passeios, cidades, países que “precisam” ser visitados nem sempre realmente precisam ser visitados. É tudo uma questão de estilo de vida e conhecer seus próprios gostos. As coisas que eles mais se divertiram fazendo nesse tempo viajando foram normalmente a forma como eles chegaram lá e não o destino final. Trens, barcos e tuk tuks podem ser fascinantes!
Eduardo e Mônica preservaram seus valores, porque a Ásia é uma caixinha de surpresas boas e ruins.
Eles conquistaram coisas juntos, tiveram experiências novas juntos, brigaram juntos e se divertiram até a noite acabar.
Eles ainda preferem o silêncio da noite para discutir a vida e fazem isso diariamente. Seja a beira mar, no terraço do prédio ou num boteco na esquina de "casa". Na verdade eles sempre fizeram isso, mesmo antes de viajar. Os pensamentos precisam fluir para fora da mente, senão a gente enlouquece.
Eduardo e Mônica se tornaram pessoas gratas. Eles fizeram uma escolha e até o que deu errado, no final acabou dando certo. Eles não se acomodaram, mas não deixaram de vibrar e comemorar a cada nova conquista, mesmo as menorzinhas.
Eles não sabem quanto tempo ainda têm, mas sabem que esse é o momento certo para fazer qualquer coisa dar certo.
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