10 Atitudes para Viajar com Segurança
Texto: Mônica Morás
Ninguém viaja pensando que algo pode dar errado, mas o fato é que estar seguro pode evitar muitas dores de cabeça. Viajante nunca estão totalmente seguros, principalmente porque não fazem parte da cultura local. Mas existem algumas atitudes que podem ajudar a viajar com segurança enquanto estiver na estrada. Esqueça o medo e foque na autoconfiança para se sentir seguro para ter novas experiências.
1. Planeje
Não precisa montar um roteiro, mas tenha uma ideia básica do lugar e como ir do aeroporto até a sua acomodação, um dos momentos que o viajantes está mais vulnerável. Defina o que você gosta, assim você evita ir em lugares que você não se sente confortável, como por exemplo, fazer uma trilha sozinho ou com algum novo conhecido sem saber usar o mapa. Não quer dizer não experimentar coisas novas, mas também não significa entrar em pânico. O Google, o Lonely Planet e diversos blogs de estão aí de graça para ajudar a viajar com segurança. Ah, e não esqueça de cuidar da saúde, já que alguns lugares são de risco. Aqui contamos como fazemos para manter a saúde ok e o que já aconteceu.
2. Aprenda algumas palavras básicas no idioma local
Isso demonstra interesse e pode ajudar na hora de pedir alguma informação. Isso já nos salvou algumas vezes, já fizemos muitos amigos e até conseguimos trabalhos por saber falar "oi e obrigado". Leia aqui como nos comunicamos além do inglês. Mulheres também precisam aprender a falar “não” na língua local em países onde o contato visual e simpatia de uma mulher com um homem não são comuns e podem ser confundidos. Sim, muitos países são machistas e tem muitos homens de países com esse tipo de cultura viajando por aí também, infelizmente.
3. Conheça a moeda local
Na chegada do país já faça o câmbio ou saque, confira a cotação para ter noção de valores (pense em dólar!) e perca alguns minutos olhando para as notas. Não é raro pessoas tentaram passar notas falsas para quem é de fora ou ainda na hora de "ajudar" a pegar as notas certas, pega as de maior valor. E não adianta andar só com cartão de crédito ou Travel Money, muitos lugares ainda não estão preparados para isso. No aeroporto internacional de Manila, Filipinas, nenhum lugar aceita cartão, por exemplo.
4. Aja com confiança
Os golpes mais conhecidos contra turistas acontecem quando estes estão perdidos ou incertos, por isso agir confiante ajuda bastante. O Eduardo comenta isso no livro Profissão: Fotógrafo Viajante (baixe aqui), porque equipamento fotográfico te torna automaticamente um alvo bastante visado.
Na chegada em uma nova cidade ou para visitar atrações turísticas é bom dar uma olhada no mapa antes, conferir horários de funcionamento, conferir se taxis são seguros e algumas dicas de outros viajantes para não se deixar levar por pessoas supostamente bem intencionadas. Na Tailândia, por exemplo, existem avisos para não falar com estranhos em quase todos os lugares públicos e mesmo assim o pessoal mal intensionado ainda tenta dar o golpe.
5. Equipe-se com segurança
Cadeado é essencial para o locker do hostel. Em viagens em qualquer meio de transporte sempre usamos as capas de transporte da mochila com um lacre da Seal Bag. Além de ser mais difícil de furtar, ainda protege a mochila da sujeira comum em compartimentos de bagagem, da falta de cuidados que as cias áreas costumam ter e o do golpe da cesárea em malas, quando abrem a sua mala para roubar pertences em viagens aéreas. Veja aqui o video de como funciona o golpe.
O lacre da Seal Bag já nos serviu também para fechar armários que não tínhamos como usar cadeado. A maioria dos furtos é consequência da oportunidade que o ladrão teve enquanto as vítimas estão distraídas ou ausentes. Veja aqui o post sobre como é a minha mochila.
6. Evite furtos
Nunca guardar objetos de valor em um só lugar, isso evita que se for furtado ou assaltado, você fique sem nada. Use pouco dinheiro na carteira, só para as despesas do dia (o dinheiro do ladrão, como se diz no Brasil), outro pouco no bolso da frente da calça e o restante na doleira.
Use a carteira com a abertura para baixo e de preferência num bolso com botão. E sempre tenha cópia virtual dos seus documentos e cartões para caso de necessidade. Nosso passaporte anda sempre conosco quando ficamos em dormitório de hostel, pois é nossa única identificação fora do Brasil. Caso estejamos num quarto privado, deixamos ele no meio da bagagem junto com roupa suja, em sacolas de mercado misturados com mapas velhos e papeis inúteis, sempre nos lugares mais improváveis possíveis para que os oportunistas não tenham tempo hábil de achar e carregamos apenas a cópia.
Em alguns países, como na Rússia, é obrigatório estar com o passaporte original caso a polícia peca para fazer verificação, e ainda assim a dica é nunca deixar nem mesmo a polícia tocar nele, pode olhar, mas não pode botar a mão. Coisa de país corrupto que vai pedir dinheiro para devolver. Conhecemos pessoas que foram presas na África do Sul por não estarem com o passaporte original (só tinha a cópia) numa abordagem e só foram soltas quando alguém o levou até a polícia. Geralmente eu confiro no Portal Consular do Itamaraty o que eles recomendam para cada país.
7. Fique atento às notícias
Viajar para lugares que enfrentam problemas políticos ou propensos a desastres naturais exigem um pouco mais de atenção. Normalmente hostels, hotéis e até mesmo casas da Airbnb disponibilizam jornais do dia em inglês. Mas num mundo em que estamos sempre conectados, não custa dar uma olhadinha nas notícias locais via web mesmo. Quando decidimos visitar algum país, já começamos a ficar atentos às notícias da imprensa internacional como BBC e CNN do que está acontecendo por lá. O Brasil não mostra tudo do mundo.
O alerta de tsunami na região da Malásia em que estávamos, por exemplo, nós vimos nas notícias locais já com detalhes do que aconteceu e a que horas havia expectativa de uma possível onde chegar. As ameaças de tufões em Shanghai vinham por We Chat, o app de chat da China (tipo Whatsapp). E o terremoto que aconteceu numa das nossas noites em Gili Trawangan na Indonésia só apareceu na imprensa internacional. Em tempos de terrorismo, qualquer área é de risco, não apenas EUA e Europa. É essencial fica atento às notícias para viajar com segurança e avisar a mãe que está tudo bem.
8. Carregue o endereço da sua acomodação
Sempre! Em inglês e na língua local, caso o alfabeto não seja latino. Isso evita que você se perca e entre em pânico sem saber para onde ir. Melhor ainda se tiver o telefone do lugar, caso o taxista não saiba como chegar, o que é muito comum na Ásia. Costumamos marcar no nosso app do Google Maps o endereço para seguir o trajeto até a casa e sempre ter um ponto de referência conhecido pelos locais para voltar para casa.
9. Vista-se adequadamente
Isso deve constar no planejamento da viagem. Não precisa vestir-se como um local, mas em alguns lugares é necessário usar calças / saias compridas e cobrir os ombros, como para visitar templos ou países onde a religião é bem forte, por exemplo. É uma questão de respeito a cultura local e segurança na viagem de mulheres que estão sozinhas em países conhecidos como machistas. Em países que existem muitos turistas de países com esse tipo de cultura, ainda uso um anel como aliança e evito ser muito sorridente quando o Eduardo não está por perto. Já viajei sozinha e sei bem como é complicado se manter segura e firme na posição de dona de si com esse tipo de gente.
10. Mantenha-se em contato
Além de espantar um pouco a saudade da família, ajuda a mantê-los tranquilos sobre o que está acontecendo. Nós temos grupos com a família e com amigos (juntos e separados) para manter informados de como estamos, os planos, se vamos ficar sem comunicação por algum motivo, o que fizemos, se estamos comendo direito (coisa de mãe), etc.
Parece um monte de coisas, mas na verdade é bem simples ter essas atitudes e viajar com segurança, ainda mais nós que somos brasileiros e desconfiados por natureza cultural. Se somos atentos no nosso país, não existe motivo para ser distraído num país desconhecido, né?!